segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O novo amanhã

A tristeza reflete nos olhos
De quem sabe ver

A tristeza de um desolhar
Um quase olhar de denúncia
Uma renúncia
Talvez uma fuga, uma culpa, um bel prazer

Ah! De volta àquela história
Abafa a escória
De tua alma
Pois essa tristeza eu não quero ver

Ainda que minha conduta
Pareça tão diminuta
Não passa da sombra da luz do desejo
De te ver sorrir

Por que relutar se a vida dá voltas?
Por que repensar se sabes que o Sol vai voltar amanhã?
Não adianta sofrer, não adianta mentir
A tristeza invoca a tristeza daquele que vê

Desperta, que um novo encontro novo virá; será
Aos olhos daquele que sabe ver

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Redundância

Mártir à própria contenção
a consciência pura e sóbria se tornou
Universo de abstrata distração
a qual aquela alma se entregou
A alma!
A calma!
A inexata indecisão
de quem entro e adentro,
e permaneço, então,
Na redundância do poema,
Nessa ingrata solidão...

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Coragem e Cruz

As Mortes, que venham somente em canção
Honrando aqueles que não lançaram mão
De sua coragem, em sua mor maestria
Dê-lhes paz, coração, dê-lhes poesia

Agora, tu, que estás a pensar ao luar
Sabes que fulgura - mais que hás de arriscar
E, desencanto e, acalanto, e entretanto...
Entre luz e trevas descansas por enquanto

E esta beleza que brilha em seus olhos nus
Reencanta, regozija os teus, aqueles
Profundos, oblíquos, sentimentos de Cruz

E o que trazes de trás, retorce e desfaz
A dúvida, a que antes trouxe a outra
Que intrigante: ela volta. Coragem rapaz!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Teu Dia, Mãe Querida

Folhas serenas sobre aquela, a terra
E emancipam e curam, e partem à noite
Tristonhas alegram, e a ti, mãe, hoje
Só por ti, mãe, no outono há primavera

Enfadonhas as folhas de outono, não?
Por isso escolho o soneto clássico
Simples, robusto, de ritmo letárgico
Perfeito em forma, mas dotado de emoção

Parece pura contradição - sei que sim
Todavia homenagem dita é feita
E tu mereces, poesia viva assim

Longe, foi o tempo que passava, de ti
Pois que ti não és de mim longe agora?
Não obstante, amo-te sempre, sempre a ti

Tu que és a meu ver, a segunda mais linda
E ria, e cante, e seja mais que ontem
Hoje, mamãe querida, és tu a dona
Da minha rima. A primeira da fila

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Amigos

Pudera,
Hoje sonho como criança
Quero ser o melhor, apenas
Cantar, vencer...
Chorar, perder...
sem nem ter medo de sofrer
Tudo isso é muito bom
O vazio não dá mais
Atenção é ser sagaz
Mas sem esquecer, é claro
se tenho dois braços
Posso muito bem carregar nas costas
aquele que chora ao meu lado
Amigo,
Que vá com os baixos
a malícia desse mundo!
Pois dela já me cansei a muito...
Mas tu, peço que permaneças ao meu lado

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Aquele que vê

Alegrai-vos filhos daquele que vê
Suspiros sombrios são mera ilusão
Encham o peito com sopro divino
Vindo das asas daquele que vê
Ergam o canto de clamor e fé
Da boa vontade nasce alegria
No corpo dos filhos daquele que vê
Fracos os que na crise são fracos
Não lutam, desistem sem saber porquê
E nem mesmo assim deixam de ser
Filhos daquele que vê
Mas quando finalmente se lotam de ódio
Blasfemam, pecam
Ofendem o nome de Deus!
Aquele que aceita o homem como pai
Declara que não deseja
Ser filho daquele que vê

sábado, 19 de dezembro de 2009

?

Qual a cor da rosa que rouba-me os suspiros?
E daquela que atrai meus olhos crus?
Lírios...
Estão por toda a parte, mas ninguém realmente os vê
Como pode ser?
Onde está o saber?
O entendimento?
O que há de tão doce neste sofrimento?
Culpado deve ser aquele de que tanto falam,
O amor
Pois para falar mais alto o coração,
Em lugar tão frio...
Ou será possível que eu goste dessa dor?
Nem o tempo serviu de cura, amiga...
E você?
Conseguiu encontrar o conforto que desejava?
Sabe, nem sempre este vem de mão beijada
E uma vez rejeitado...